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O pequeno Tó, de 4 anos, segurava uma vara comprida em cuja ponta estava um pedacinho de carne de porco, a ser lentamente assada na fogueira. Olhando para o lado, onde o irmão mais velho, mas menos paciente, punha a carne diretamente em cima da chama, o Tó disse: «não podes fazer assim, tem de estar mais longe, para não se queimar».

Ambos tinham a cara pintada com ocre, um corante natural vermelho, e exibiam ao peito um colar de vistosas contas coloridas. O Tó e o irmão eram apenas duas das largas centenas de crianças que, este sábado, passaram pelos monumentos megalíticos de Alcalar, no interior do concelho de Portimão, para, com as suas famílias, viver mais um Dia na Pré-História.

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Apesar do calor tórrido, 1750 pessoas, entre as quais muitas famílias de várias nacionalidades com crianças, participaram nesta iniciativa, promovida pela equipa do Museu de Portimão, com o apoio de muitos voluntários, entre os quais os do Grupo de Amigos daquele museu.

O Sul Informação sabe que, só na oficina de gravura, foram feitas perto de mil gravuras, por cerca de 900 crianças que por lá passaram e se divertiram.

E havia muita coisa para fazer: cerâmica, tecelagem, desenho em plaquinhas, gravura, moagem de cereais, produção de pigmentos ou de instrumentos em madeira, fibras vegetais, peles ou pedra, talhados com precisão. Pelo meio, havia quem amassasse pão e o cozesse numa fogueira ao ar livre, quem servisse cerveja pré-histórica.

Mais difícil foi a tarefa de quem teve de desmanchar um porco, para o assar na fogueira, a par dos coelhos. Em vez de facas de metal, à boa maneira pré-histórica foram usadas lâminas de sílex, uma pedra extremamente cortante.

O arqueólogo Rui Parreira foi, mais uma vez, guia de diversas visitas guiadas aos monumentos, tendo continuado as suas explicações, imperturbável, mesmo quando o feiticeiro pré-histórico se veio meter no meio do grupo.

Isabel Soares, diretora do Museu de Portimão, manifestou a sua satisfação pelas 1750 pessoas que passaram por Alcalar para participar nesta recriação. «Vê-se que as pessoas estavam sedentas desde tipo de eventos. E nem o calor que fez as afastou».

 

Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Sul Informação

 



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